23 de junho de 2008

Prisões do Eu

Participar do encontro do dia 17/06 para mim foi desterritorializante. Afetações em diversos pontos( inclusive, deu uma certa tonteira durante a aula. Será que ainda não me recuperei da cirurgia que fiz?). Senti –me atordoada com as várias questões lançadas. Não por desconhecê-las, mas por ainda serem carregadas de forças que me tiram o chão.

Tais discussões sobre as práticas psi, metodologias e a produção de autonomia que me trouxeram à disciplina de mestrado. O interesse que elas despertam em mim não é recente. Contudo, a oportunidade de produzir coletivamente outros olhares, intensificar forças capazes de produzir não “a verdade”, mas discursos interessantes (como disse Deleuze) havia ficado menos potente ao longo de algum tempo. . .

Havia decidido escrever algo para entregar a Kleber como produção, em virtude de minha ausência no dia 10/06. Mudei a decisão. Sai da aula no dia 17/06 sem nenhuma vontade de fazer aquele texto (preguiça? desinteresse com a disciplina? Identidade de boa aluna caindo por terra?). Sentia-me despotencializada, quando pensava em produzir algo para dar uma satisfação a autoridade do saber (professor). Fui me inquietando mais e mais com o passar dos dias ( o movimento produziu agenciamentos outros e comecei criando algo). Senti vontade de postar algo no blog. Por que não?

Paro de refletir e agora escrevo. Intensidade que me põe a vomitar essas impressões, fluxos, sem definição, sem forma, sem preocupação de chegar a algum lugar agora. o ser, sem Ser. Um intercessor: entrevista de Deleuze (sugestão de Maurício) e o discurso de Claudine (aula de Kleber). Vontade moldando e sendo moldada por ele. Força que potencializa e me tira do lugar identitário “aluna cumpridora do dever” e abre-se para a insônia, para a inquietação. Desenho. Rabisco e agora escrevo.

Outro intercessor: Nicolas Rose - Kleber. Que dobras se constituem hoje? Qual o papel exercido pelas psicologias nesses dobramentos? O eu/realização, para ele, é o aspecto do ser humano instaurado corporalmente nessa forma psi. Multiplicidade de máquinas miméticas (por Taussig) que, há pelo menos um século, apresenta uma dimensão terapêutica muito afirmativa.

Todo discurso construído no início desse texto, que expõe esse funcionamento de fazer falar o “mundo interior”, relação terapêutica com nós mesmos, observando, avaliando, atribuindo valor e autoridade. Esse desconforto entre as experiências vividas e as imagens de liberdade e de eu desejadas, produziria diversas obrigações éticas de realização.

Uma dessas relações foi exemplificada por Cruikshank, em Rose, por meio da noção de auto-estima. Ela funcionaria como uma inovação que transforma a relação de si para consigo em algo governável. Então, Rose aponta para uma certa racionalidade psicológica que têm contribuído para a construção de códigos morais, em uma dimensão terapêutica, que vem sendo acoplada a programas de produção de individualidades tão caras à contemporaneidade.

Sentindo “o rachar desse espaço de interioridade que foi uma vez seguro, o desconectar de algumas linhas que formaram esse diagrama, a possibilidade de que, mesmo que não possamos desinventar a nós mesmos, possamos ao menos reforças a questionabilidade das formas de ser que têm sido inventadas para nós e começar a inventar a nós mesmos de forma diferente” - Rose.

Inquietação e potência. Experimentação e nem sempre criação...

18 de junho de 2008

Ditos e Escritos: Observações e Comentários sobre a aula.

Acerca da aula de ontem podemos fazer algumas considerações: muito foi dito pelo que foi escrito, e muito pouco foi escutado.
Vamos por partes.
Na primeira parte da aula foi posto em questão se o aluno Salomão ( que ora escreve este texto) gostaria que seu texto intitulado (Dês) construindo nossos eus: Como alguém se torna o que se é, poderia ser lido em sala. Apois a leitura do referido texto, e o questionamento sobre o seu início, que se configurou, assim ficou claro, creio eu, que foi um equivoco(a questão sobre os “Gritos da Filosofia”) entramos propriamente no texto e sua provocação. O que de inicio ficou na questão da psicologia normalizadoras, que na sala não há adeptos (assim eu entendi, alguém pode me corrigir se minhas lembranças não forem fieis)e que esses ecos não produziriam efeitos(!). Ora, embora não haja tais psicólogos na sala(pois o texto não fala dos psicólogos desta sala, pois no texto não aponta aquele ou este psicólogo), mas não há esse tipo de psicologia? Não é esse tipo de psicologia que Foucault denuncia? Que o Maurício e a Liliana e o Kleber denunciaram em suas aulas? Imagino que a resposta para essas perguntas seja sim.
Em seguida o texto toca na questão do que é normal e anormal, onde recorro ao dicionário de filosofia. Nesta parte do texto, referência direta a Foucault, há um retorno a uma brincadeira em sala (a questão da carroça,) e dos gostos musicais (chupa que é de uva), depois da mulher como animal doméstico (a mulher não é um animal? Pois o homem é um animal racional, assim como a mulher,) etc. Ora, o que me causou espanto foi que estas questões, e as outras que elas suscitaram como os métodos, já foram discutidas em sala nas reuniões com o Maurício, sem grandes assombros. Agora a discussão versa sobre o método.
Para que um ramo do conhecimento se considere ciência é necessário “poder repetir os experimentos feitos e conseguir os mesmos resultados” (imaginando que Karl Popper tenha razão!). E isso se chama método. Acredito que aqui, em filosofia, e nos outros ramos do conhecimento. Eu não sou psicólogo, mas talvez alguns psicólogos concordem comigo é que: o que se observa na psicologia é que o objeto de estudo (mente humana, subjetividade ou mesmo o EU, enfim o homem) é muito complexo para que os métodos e equipamentos existentes hoje sejam capazes de determinar um resultado mais preciso. Essa busca de novos “processos de subjetividade” é necessária, pois o modelo de homem que temos hoje (calcado na razão, na substância) já é ultrapassado ou não responde mais às exigências do mundo moderno. Isto foi discutido, de forma magistral pela disciplina Tópicos Avançados em Psicologia Social e Política até agora.
“Como extrair um método (seja terapêutico ou simplesmente de investigação do sujeito) onde o próprio objeto de estudo (o sujeito) não pode ser capturado?” Onde o sujeito não é constante? Perguntei a Maurício em uma das aulas e perguntei ontem, embora também estivesse no meu texto. Essa pergunta não é pertinente?
Em seguida falamos sobre o sobre fronteiras discursivas, marcar território. Talvez esses "territórios" tenham sido defendidos não só por mim como por todos em sala, que participaram da discussão. O exemplo e a intervenção feita por Aldo (acho que esse é o nome dele) me fez lembra as palavras de Foucault: “o discurso não é simplesmente aquilo que traduz as lutas ou os sistemas de dominação, mas aquilo pelo que se luta, o poder de que queremos nos apoderar”. Foi dito, em um determinado momento na sala, que meu texto se alia ao que eu denuncio, ora não vejo dessa maneira. A proposta do Nietzsche (se minha hipótese estiver certa no meu projeto) é uma psicologia da experiência de si, Segundo Didier Eribon, em sua biografia de Foucault, a proposta de Foucault em suas obras também é essa (Cf.Michel Foucault uma biografia p.42).
Minha última intervenção (ou fala para não recorrer em erro discursivo) foi sobre a noção do bom encontro entre os gregos. Bom ou mau encontro está ligado à possibilidade de expansão ou de decomposição que sofrem os corpos a partir das ligações estabelecidas.
Para Nietzsche, o encontro em si não dita o que deve ou não ser feito, como deve ser feito, mas uma ética que faculta o pensamento frente às experiências vividas por cada um. É por aí que Foucault (segundo minhas leituras) ainda se ocupa na Hermenêutica do Sujeito, onde ele irá explorar em vários momentos da nossa cultura ocidental a noção de uma ética do cuidado de si. Um dos eixos da temática foucaultiana é a questão do sujeito, ponto de ruptura com a filosofia clássica e ao mesmo tempo ponto de articulação e debate com as formas de cuidado de si que a nova noção de sujeito reclama. Não sou psicólogo, o curso tópicos é do mestrado em psicologia. Talvez alguns do senhores lembrem que Deleuze era de formação Filósofo e Guattari também. Eles não tinham formação em psicologia. Sei também que o debate que tivemos ontem foi muito salutar, meus questionamentos(que versam sobre minhas inquietações, meu projeto e meus encontro com Deleuze, Foucault e sobretudo o Nietzsche) engendraram o que foi dito e escrito ontem e hoje, e, amanhã. Pois aprendemos com a filosofia,(e não precisa ser filósofo para aprender essa lição) que o real sempre está em construção, as inquietações estarão presentes, a menos que paremos de pensar. Talvez como o sol para Tobias Barreto e não para Silvio Romero.

11 de junho de 2008

(Des)construindo nossos eus: Como alguém se torna o que se é.

Dois conceitos gravitam na esfera daqueles que fazem ou estudam filosofia: 1º somos pedantes 2º prolixo. Quanto ao primeiro gostaria de propor uma reflexão.Quando uma pessoa que não é da área da medicina fala sobre doenças, ou problemas de saúde os médicos de plantão vão e corrigem. Ou mesmo um não psicólogo, faz se passar de um terapeuta ou dar voz a um problema da mente, os psicólogos saem em defesa de seu discurso, pondo uma “ordem do discurso” psicológico. Entretanto quando alguém de outra área fala sobre a filosofia e um filósofo tenta corrigir o pretenso discurso, ele é chamado de pedante. Ou “fazer gritar a filosofia”, para usar uma expressão que foi usada em sala.
Quanto a ser prolixo, muitas vezes, somos obrigados a discorrer sobre alguns temas, que estão na órbita do problema tratado para que possamos nos fazer enender. Bom tentarei não ser prolixo. Minha reflexão é sobre o Eu e seus agregados, em uma perspectiva filosófica.
As expressões do tipo “Eu sou.....”eu tenho eu faço,” frases como essas são vistas na sociedade como normal e comum de um sujeito, que fala a partir de um lugar. Muitas vezes esse lugar, o do sujeito que fala, é caracterizado como normalidade. Essa normalidade é produzida pelo discurso do falante. Com Efeito, anormal é aquele cujo discurso revela uma ausência de razão, portanto, segundo Foucault “O seu discurso deve ser interditado e não mais ouvido”. No Dicionário de Filosofia, Abbagnano define normal como "aquilo que está em conformidade com a norma"; "aquilo que está em conformidade com um hábito ou com um costume ou com uma média aproximada ou matemática ou com o equilíbrio físico ou psíquico".
Por conseguinte, poderíamos inferir que o normal é uma média do comum, ou de uma maioria. Assim sendo, se não reproduzirmos os hábitos ou costumes de nossa sociedade, seremos anormais? Quantas vezes hábitos, costumes, regras, leis de uma sociedade foram modificados? Historicamente há muitos exemplos: o papel da mulher na sociedade,(pois está deixa de ser um animal doméstico e passa a ocupar um lugar na sociedade ativa) a escravidão, os valores morais, as relações de trabalho, as formas de organização das sociedades... Numa mesma cultura são verificadas modificações no tempo, e num mesmo tempo é possível perceber claramente diferenças culturais regionais. Ao viajar por regiões diferentes de nosso pais, são observados hábitos, costumes diferentes(como o caso da carroça de Kleber!!!). As pessoas daquela região, por possuírem hábitos diferentes dos seus, são anormais? Você é anormal? Qual a norma à qual devemos estar em conformidade? Onde se centra essas questões? Segundo a filosofia nas noções de eu e seus correlatos; sujeito, identidade, etc.
A noção de “EU” tão cara para filosofia racionalista, que encontra sua gênese no pensamento grego e alcança vou na modernidade, sobretudo com o “cogito” cartesiano irá sofrer transformações ao longo do tempo, com Kant o eu é uma representação, ele representa as coisas, ele é responsável pelas condições de possibilidade do conhecimento(assim com as formas a priore da sensibilidade: espaço e tempo). Contudo o próprio eu é uma representação. Kant irá transforma-lo mais complexo e racional. Somente com Schopenhauer é que o eu e sua tradição sofrerão um abalo sísmico. Nietzsche, seu aluno seguirá sua linha. Nietzsche foi o principal desencadeador do ataque ao conceito idealista de sujeito que, desde então, só cresceu em vigor. Ele procedeu à primeira desconstrução da categoria, ao defender a hipótese de que "sujeito é a ficção que pretende nos fazer crer que os vários estados similares existentes em nós são efeito de um mesmo substrato" Segundo Nietzsche (VP 1906, p. 279).
Na Sala foi tocado nos níveis de nivelamento, ou ausência de autonomia, com alguns afirmando(chupa que é de uva e algo da mesma linha). Ora na sociedade contemporânea é, por estas questões mesmas(tapa na rajada !!!!!?) ambivalente: "As mesmas novas condições em que se produzirá, em termos gerais, um nivelamento e mediocrização do homem - um homem animal de rebanho, útil, laborioso, variadamente versátil e apto -, são sumamente adequadas a originar homens de exceção, da mais perigosa e atraente qualidade" Nietzsche(ABM, p. 150). De certo modo, possui um simulacro de cultura, porque falta lhe o homem sintético: o que temos é um tipo de caos; mas por outro lado, esse é condição para a criação daquele: [Afinal] "Tu [só] o serás depois de haver passado por um grande número de individualidades, de tal modo que, em função dela mesma, tua última individualidade tenha necessidade de todas as outras", escreveu Nietzsche.(VP, p.56) Para me alongar mais e “não fazer a filosofia gritar”, como foi dito em sala uma certa vez, gostaria de propor a seguinte reflexão: a transmutação do Eu(fazendo um trocadilho com as palavras do Nietzsche) precisa ser buscada no estatuto do sujeito, que, reavaliado pelo filósofo Nietzsche, deixa de ser visto como o eu abstrato, estático e unitário. O sujeito é uma entidade fictícia pois, vendo bem, a vontade com que está associado é um resultado de um combate ou luta através do qual se estabelecem relações de comando e obediência entre as várias partes do nosso corpo.
A premissa é o corpo e esse deve ser entendido como "uma estrutura social de muitas almas" segundo Nietzsche(ABM, p. 25)28. Com efeito, o que se coloca é a noção de eu, uma ficção e sua ausência também não seria uma ficção? Pois, como foi visto, o indivíduo, e seu agregados; eu, alma etc., deve ser visto como um "sistema cujo centro se desloca incessantemente". Isto traz a tona, o que para Nietzsche seria um problema para a psicologia e áreas afim; não havendo o eu e os seus correlatos, não haveria ciência do sujeito. A construção do eu seria ao mesmo tempo sua desconstrução. Ou vice-versa. Nesta perspectiva não estaríamos fazendo algo semelhante ao que Sêneca chamou de Nihil apenhis Nihil (,nada alem de nada). A Busca pelo patológico, pelo normal não estaria associado a grande acusação de Nietzsche para os psicólogos: “a psicologia sempre esteve presa aos preconceitos morais?” Nietzsche. Se somos responsáveis pelo mundo que construímos, assim como pelas formas de existência que criamos, necessitamos avaliar constantemente nossa própria (dês)construção. Por isso, nossas atividades, nossos valores, nossas leis, nossas normas modificam-se de tempos em tempos, a fim de acompanhar as mudanças originadas nesta construção. Da mesma forma, não deveria proceder e acompanhar essa transformação o aparelho psicológico?
Se no cotidiano, normal é considerado aquele que se submete à pressão das normas, que age como se espera; "anormal" é quem foge às regras, quem busca saídas criativas. E quando construímos socialmente uma norma de comportamento que traz malefícios? E quando seguir a regra implica em abandonar os sonhos que dão sentido à existência? O que fazer? Talvez a construção de novos “EUS” esteva precisando de uma construção de novas “Psicologias”? talvez tenha sido por isto que um filosofo(Nietzsche) tenha insistido em ser considerado o primeiro dos psicólogos dos bons.

Provocação

Olá pessoá! Se eu fosse traduzir a aula de ontem (10 de Junho) em uma única palavra, esta seria: provocação. Talvez seja uma perspectiva pessoal (aguardo esse feedback), mas a disciplina, para mim, tem sido, significativamente, provocativa.

Inicialmente, durante a apresentação aos referenciais teóricos da lina de pesquisa Processos de subjetivação, especificamente do grupo de professores à fente da disciplina, houve um estranhamento que através da discussão em sala, da mediação entre professores e alunos começou a se transformar em entendimento.
Ontem Kleber fez o convite para pensar a prática a partir das discussões que fizemos até então, considero que Renata disparou o que a gente precisava para acalourar o debate, ela falou de seu estudo sobre a concepção de eu para a psicologia na comunidade, a partir disso resgatamos conceitos em torno da produção de subjetividades e a prática. Esse diálogo entre teoria e prática soou, para mim, áspero, difícil. Retornei a um estado de estranhamento, angústia, a prática me solicita reflexão, respostas e ação.
No texto passado: "Uma ciência do atual?" Maurício afirma o seguinte princípio ético: "O psicólogo não deveria ser um moralista, jurista, policial, isto é, uma adaptador. Sua tarefa não é dizer o que se deve ou não fazer, o que se pode ou não fazer. Sua tarefa é fazer circular fluxos estacionados, ficar atento ao atual".
Esse é um direcionamento prático. No dia a dia estamos entre situações em o que fazer já vem dado, imposto, como redes de captura num discurso do Estado. Deluze em Mil Platôs diz que "é pretensão do Estado ser imagem interiorizada de ordem de mundo e enraizar o homem".
A angústia circula em torno de uma implicação ética que me cobra ações responsáveis, justamente por considerar o outro como sujeito e não objeto. Como, então, analisar fluxos estacionados, instituídos e que não servem às pessoas, reproduzem um discurso e fazeres que nos enraizam em diversas formas de miséria, e trabalhar o movimento estando atentos a ele com responsabilidade?transformar o nosso fazer como uma "haste para um rizoma".
Existe poder no fazer de qualquer um de nós, enquanto somos psicólogos ocupamos um lugar de poder, o que fazer com ele? Ele circula nos espaços, ele requer uma hierarquia, mas a prática oferece lugar para outros entendimentos...
Em um artigo publicado na Revista Aulas (2007): Dossiê Foucault chamado: “A articulação entre “teoria” e “intervenção social” nas filosofias de Jean-Paul Sartre e Michel Foucault” de autoria do doutorando em filosofia André Constantino Yazbek, encontramos a seguinte citação de Foucault:
“O papel do intelectual não é mais o de se colocar ‘um pouco antes ou um pouco ao lado’ para dizer a verdade muda de todos; o seu papel é antes o de lutar contra as formas de poder lá onde ele é simultaneamente o objeto e o instrumento desse poder: na ordem do ‘saber’, da ‘verdade’, da ‘consciência, do ‘discurso’. É por isso que a teoria não expressará, não traduzirá, não aplicará uma prática: ela é uma prática. Mas uma prática local e regional, (...) não totalizante”. (Foucault, 2001d: 1176).